segunda-feira, 18 de abril de 2011

18 de Abril de 2011

Uma folha de papel branco

Antes de começar a escrever este texto, era apenas mais uma pessoa a olhar para uma folha branca de papel. Folha essa que me dá vontade de pintar de preto. Olhava como se esta me desse alguma resposta, algum sinal, algo que fosse. Algo que me mostrasse que estou errada. Algo que me mostrasse que a bala que me trespassou o coração não foi de facto disparada por mim. Dei por mim a chorar enquanto olhava para essa mesma folha branca de papel. E depois percebi que essa folha só vai mostrar o que eu lhe secretamente contar. Nada mais. Não me dará uma única resposta ou esperança de que o meu coração com feridas abertas poderá voltar a ser o mesmo. Dizem que sou egoísta e que me aproveito das situações ou até dos amigos. Mas eu sei por essa folha de papel branco que eu sou o que vocês me fizeram. O que aprendi a ser, aprendi com vocês. Nesse espaço branco vou apenas recordar e guardar tudo o que me fazia feliz,  e pegar foto á chuva para queimar, deixar arder e ver morrer tudo o que me faz mal, até as cicatrizes no meu coração me permitirem confiar novamente. As balas que outrora me fizeram mal vão perder a força e não me irão conseguir atingir e matar aos poucos. Porque na folha de papel branco tudo ainda está vazio e eu posso escrever o rumo que quero seguir.  Posso ser quem quero. Quero feliz e desenhar sorrisos e arco-íris na minha folha branca.
(Para os Infelizes)

Sem comentários:

Enviar um comentário